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Tabuleiro

O prólogo disse amiúde

pensamentos herméticos
antigos e reativos
deram lugar a reações intensas,
densas e turbulentas

os dedos a digitar
Digito digito digito

A digitar a
pele densa
partículas exóticas
transpassando a pele como se nela
incontáveis caminhos existissem

informações inobserváveis
para
lugar
nenhum

para um outro lugar desconhecido

origem desconhecida
naquela pele, um outro eu,
não meu

eram só pensamentos
jogados naquele tabuleiro
ondas gigantescas de energia reativa
inútil
corriam pelos capilares
azul de metileno subindo até pétalas brancas
psiquismo exacerbado, entrelaçados

veja
o dedo acompanhava a linha vertebral
da lombar para a cervical
eletrificando cada centímetro cúbico
convulsionando aquela mentepelequente não dissociada
veja

os dedos digitavam rápida e precisamente
entre zeros e uns e outros
entre tantos e tão poucos

longínquas coordenadas desordenadas e ainda assim precisas

de lugar algum
Precisas
de outro lugar desconhecido
Precisas
origem desconhecida
Precisa

nele,
um outro eu outrora adormecido
Preciso

onde estávamos mesmo?

era turbulência
sem espectadores
sem expectativas
partículas exóticas
experiências sofisticadas
eremíticas
memórias antiquadas
tabuleiros
caos ordenado pelo desejo

que darão lugar a outros dedos
digitando outras leis
Outros dados
para a mesma matéria
mentepelequente não dissociada

seu corpo estava longe
tão distante
que a saudade era a única unidade de medida
única constante
e ainda assim
tão perto,
dos medos
ao alcance.

Chance
Antes
Sem chances
Sem

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